Efeitos de uma Gestão Escolar anacrônica.
Entende-se como gestão escolar, aquela que se apóia em alguns pilares para o desenvolvimento das áreas pedagógica, social, administrativa, financeira (no caso de escolas privadas), humanas, comunicação e processos.
Ou seja, que possua um conjunto de ações interligadas que visam a realização do “negócio” que no caso é a educação e/ou formação de pessoas.
Porém, ainda presenciamos em alguns casos uma gestão escolar anacrônica ou gestão do “cabresto” ou das “rédeas curtas”. São escolas na qual a preocupação é muito mais com o controle do que com o processo.
São escolas que acreditam que controlar é a forma mais eficaz de levar toda a instituição para e por um mesmo caminho.
Gestores que não utilizam a prática de visão compartilhada, do planejamento participativo e que possuem modelos mentais arraigados são candidatos a promover a gestão escolar de “cabresto”.
A valorização do controle
Imaginar que qualidade é possuir controle sobre tudo e sobre todos é mero equivoco em situações do tipo:
- Caderno de registro de notas, conceitos, presenças e observações utilizados como rascunho, feito a lápis, para depois registrar tudo no diário de classe a caneta. Só de pensarmos em diários de classe preenchidos a mão já seria algo anacrônico, mas o pior é exigir um caderno paralelo de rascunho e anotações, imaginando que isso garantirá resultados na aprendizagem;
- Preocupação não com a Metodologia e a Didática praticada pelos professores, mas sim com o controle que podem fazer para que os alunos estudem, ou seja, privilegia-se o “decorar para a prova” e não a autonomia do aluno e o aprender a aprender;
- Disciplina imposta e não “regras e combinados” discutidos com os alunos de tal forma que eles entendam seus direitos e deveres, respeitando aquilo que foi contratado junto com o professor, no primeiro dia de aula;
- Proibições sem explicações plausíveis para: uso de boné, ida ao banheiro, uso da rede Wi-Fi da escola, e demais proibições que não possuem explicações e coerência, mas apenas pelo fato de demonstrar o poder do controle;
- Obrigatoriedade do professor trabalhar com pelo menos um projeto por ano, mesmo sem fornecer orientações sobre a metodologia, ou independentemente se o tema é do interesse dos alunos. Pois, neste caso o que importa é o controle de que todos os professores trabalharão com projetos, mesmo que esses sejam desvinculados das necessidades e desejos dos alunos ou que não sejam interdisciplinares.
As incoerências da gestão escolar de “cabresto”
Na gestão escolar de “cabresto” as incoerências aparecem em todos os cantos e de todas as formas.
Como, por exemplo, solicitar que os professores utilizem tecnologias, mesmo que a escola não tenha uma rede Wi-Fi dignamente com boa banda, que a televisão é de tubo, que só existe um projetor multimídia na escola (concorrido por todos os professores), que os alunos sejam proibidos de usar a rede Wi-Fi da escola, etc.
Neste tipo de gestão, o controle visível é o que importa, não se preocupando com as questões tácitas, como por exemplo, cobrar X reais por mês de cada professor para comprar pó de café.
O valor pode não ser exorbitante para o professor e certamente não fará falta para a escola, mas deixa a marca da falta de generosidade em fornecer uma simples xícara de café aos professores. Pior é o desconforto do professor que não contribuiu este mês e não terá direto ao cafezinho.
E a lista continua com convocações dos professores para reuniões onde se discute o sexo dos anjos, as marcações de avaliações em dias pré determinados pela direção, a exigência de colocar “pontinho” para alunos presentes no diário de classe e tantos outros controles manuais, em papel, onde se exige do professor tempo para dispensar mais nas questões burocráticas/administrativas do que das questões pedagógicas.
A gestão escolar de “cabresto” e o Projeto Político-Pedagógico
Sem contar que são escolas que elaboraram seu Projeto Político-Pedagógico (PPP) para cumprir um papel burocrático. O PPP provavelmente foi redigido apenas pelos gestores, sem participação dos demais membros da comunidade escolar (professores, alunos, pais, colaboradores, etc.).
De forma não democrática e participativa o PPP foi construído pelos gestores, pois isso aparentemente dará a pretenção de que mais uma vez o rumo e o controle da escola está nas mãos deles. Porém, esquecem que um PPP escrito de forma solitária não terá o comprometimento de quem não participou das decisões e ações propostas.
Pior imaginar que este PPP nem foi divulgado aos professores, que só se comprometerão em ministrar a lista de conteúdos.
Tais conteúdos, foram pré estabelecidos, não se preocupando com o objetivo macro da escola que é a formação integral do aluno. Focando apenas a transmissão de conteúdos disciplinares sem as necessárias ligações interdisciplinares.
O fim das INSTITUIÇÕES com gestão escolar de “cabresto”
Pobre escolas, que esquecem sua principal função que são os processos de aprendizagem e não os processos de controle.
Que esquecem que o importante é possuir professores colaboradores e mediadores e não professores funcionários que controlam e são controlados.
Pobre escolas fadadas ao fechamento por serem engolidas pela concorrência. Concorrentes que provavelmente possui um sistema de gestão escolar participativo, colaborativo e com foco no negócio (educação/aprendizagem) e não apenas no controle de pessoas e processos.
Prof. Dr. Nilbo Nogueira – nilbo@nilbonogueira.com.br
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