Lembrancinha significativa para o dia dos pais.

lembrancinha significativa para o dia dos pais

A minha lembrancinha significativa para o dia dos pais. Neste pequeno texto gostaria de relatar uma experiência vivenciada como pai e não como professor.

Obviamente que, quando meus filhos estavam na Educação Infantil,  participei de todas festas e reuniões, já que neste segmento a escola sempre se preocupou em demonstrar os avanços e produções alcançadas por eles.

Como a maioria dos pais, no Fundamental já deixei de freqüentar as reuniões com tanta freqüência, e no ensino Médio me distanciei mais ainda.

Porém os motivos deixarei para relatar em outro texto, pois neste quero focar a experiência vivida no dia dos pais na Educação Infantil.

Dias dos pais chegando era certeza que, mesmo mudando a professora, a lembrancinha seria quase a mesma. As famosas “gravatas coloridas” e pintadas pelos meus filhos, os bigodes de cartolina, os enfeites com rolo de papel higiênico, etc.

lembrancinha significativa para o dia dos pais

Não quero aqui discutir a validade ou não destas lembrancinhas, pois são produções de nossos filhos, portanto importantíssimas.

Desejo apenas confessar que hoje, após 24 anos que meus filhos saíram da Educação Infantil, não tenho guardado nenhum destas lembrancinhas.

lembrancinha significativa para o dia dos pais

Ficamos felizes ao receber a “gravata pintada”, mas chegamos em casa, guardamos em uma pasta, na prateleira mais alta do guarda-roupa. Após alguns anos, ao fazermos uma faxina no armário, jogamos fora estas lembrancinhas.

Qual o significado de jogar fora uma lembrancinha do dia dos pais?

Certamente, pelo motivo de ela não ser uma lembrancinha significativa para o dia dos pais, embora muito importante.

Foi bonito, foi encantador recebê-la, mas ela não deixou marcas ou significados. Talvez nem para o pai e nem para o filho.

Meu exemplo de lembrancinha significativa para o dia dos pais.

Quando meu filho tinha aproximadamente 5 anos, a escola me convidou para a festa de comemoração do dia dos pais.

Imaginei ser mais uma de tantas outras festas para receber a “gravata colorida”, entretanto este convite tinha algo diferente.

Solicitava que os pais comparecessem no dia “x” (não me lembro se um sábado a tarde ou um domingo pela manhã), usando tênis, preferencialmente shorts ou calça de moletom e camiseta.

O encontro seria na quadra da escola. Confesso que fiquei curioso e compareci com os trajes solicitado.

Os pais foram posicionados dentro da quadra com uma distancia de aproximadamente um metro, um do outro.

O clima era de expectativa e curiosidade entre todos os pais (ou mães/avós que eram também os pais, ali representados) presentes.

Até então, não tínhamos visto nossos filhos, e ao iniciar uma musica vibrante as crianças entraram na quadra. A orientação era que ficassem ao lado do seu pai.

Onde está meu pai?

O olhar de busca e de “onde está meu pai” só foi superado pelo olhar sorridente quando cada criança encontrava seu pai naquela “multidão” e corria até ele.

Com a orientação de uma das professoras, nos abraçamos, nos tocamos, nos acariciamos e mais algumas outras pequenas atividades conjunta.

Tudo muito agradável e certamente como todos os pais eu também estava esperando o momento de receber a “gravata colorida”.

Foi quando recebemos a orientação de uma atividade, a qual foi de extremo significado.

Os pais precisavam ficar em pé com os braços estendidos, imitando uma árvore, e seu filho deveria escalar esta árvore até o topo.

A regra principal era: enquanto árvore seja forte, mas não se mova. A única exceção era que apenas uma das pernas poderia ser movida em qualquer direção.

Podem começar a escalar a árvore e chegar até o topo, foi o comando da professora!!

Com todo entusiasmo as crianças começaram a tentar escalar a árvore, escorregando, se agarrando, fazendo força e principalmente se divertindo.

Claro que a dificuldade era enorme, não existia apoio, escorregava, mas as crianças não desistiam.

Como tínhamos a possibilidade de mexer apenas uma das pernas, começamos a usa-la como apoio inicial da escalada.

A principio fiquei agoniado em ver meu filho tentando escalar e não conseguir. Entretanto a sensação foi mudando ao perceber no olhar dele a alegria de conseguir, os poucos centímetros da escalada.

A vontade era de segurá-lo e já colocá-lo nos ombros, mas a regra era clara. Árvore não pode se mexer!

Um misto de sensações.

A cada movimento de escalada uma sensação vinha à tona. O medo de ele cair existia somente em mim, pois nele existia a confiança de que seu pai estaria ali para apoiá-lo em qualquer emergência.

Um jogo de cumplicidade se estabelecia entre nós. Confiar que ele era capaz e confiar que eu, mesmo imóvel, apoiá-lo-ia.

Deixar que ele passasse por dificuldades, mas mostrar-me presente em sua luta e conquista.

Para falar a verdade, nem me lembro se depois desta dinâmica, acabei ganhando uma “gravata colorida”, pois a “lembrancinha” foi substituída por uma lembrança eterna.

Apos 24 anos, é a única lembrança que ganhei e que guardo até hoje. Tanto eu como ele não nos esquecemos mais deste dia em que juntos ganhamos uma lembrancinha significativa para o dia dos pais.

Pelo simples fato de ter sido a maior lembrancinha significativa para o dia dos pais que ganhei. Principalmente por poder vivenciar diferentes emoções reais e práticas junto e com meu filho.

Não sou contra a “gravata colorida” (aqui neste texto utilizado como metáfora), mas nenhuma delas me levou a viver emoções e sentimentos conjuntamente com meu filho.

A árvore, a parceria e a confiança ficarão eternamente guardadas fora de uma pasta, na prateleira mais alta do guarda-roupa.

Não fiz este relato para servir de “modelo” de atividade, nem para criticar a “gravata colorida”.

Todavia gostaria de provocar a reflexões sobre possibilidades de planejarmos atividades que envolvam a vivência de diferentes sentimentos e emoções conjuntamente entre pais e filhos.

Leia também: O desenvolvimento da Inteligência Emocional dos filhos.

Diferentemente da “gravata colorida”, emoções e sentimentos não guardaremos dentro de uma pasta, mas sim eternamente em nossos corações.

Prof. Dr. Nilbo Nogueira

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2 comentários em “Lembrancinha significativa para o dia dos pais.

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